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segunda-feira, janeiro 08, 2007

Bom dia!... boa tarde!...

No regresso a casa vindo do hospital, no carro com a minha mãe e tia, oiço uma frase que uso para aqui reflectir. A minha tia, que mora no centro do país, acima de Coimbra, vinha dizendo que não se habituava à cidade, às estradas inundadas de carros e que o que mais lhe fazia impressão era que "viviamos tantos e tão juntos e no entanto ninguém conhecia ninguém!". Triste verdade. Na aldeia onde a minha mãe nasceu e cresceu, assim como a minha tia e restantes tias e tios, toda a gente se fala. Temos a ideia que as aldeias são assim, de casas juntinhas, mas não. Realmente nas cidades e grandes vilas é que vivemos, literalmente, uns em cima dos outros e com casas que partilham escadarias e acessos comuns, e no entanto...nem bom dia nem boa tarde (numa grande e significativa parte dos casos!). Ainda hoje quando lá vou, "à terra", sou atingido por bons dias e boas tarde por toda a gente, mesmo aqueles que acho que nunca vi. As pessoas entregam-se mais à conversa, à partilha do estado do tempo e na ajuda a encontrar os caminhos que não se conhecem. Outra coisa engraçada é quando perguntam quem somos. Tratam logo de arranjar a ligação que nos une por laços familiares, mesmo que eu seja primo da tia do marido da sogra do filho da nora do irmão da pessoa (será que fiz sentido??).
Nas cidades, o medo prevalece. O medo que criar laços, de se intrometerem na nossa vida, os olhares, os comentários, os boatos, etc, etc. Tretas!... Tretas que nós os urbanos criamos e abusamos. A realidade é que podiamos usar esta vivência e proximidade a nosso favor, mas no entanto tornamo-nos em guerreiros prontos a tudo para defendermos a nossa privacidade. Uma das armas é mesmo essa: não falar, não sorrir, não oferecer a gentileza de comunicar por cordialidade. Já dentro do carro, a caminho dos respectivos trabalhos somos experts a comunicar com expressões faciais acompanhadas de dentes cerrados e palavreados que nada honram as mães de todos nós, bem como graciosas apitadelas tocadas a preceito!
Quem sabe, um dia, a pena para a má convivência social seja um mesito numa aldeia, onde os "ares", as pessoas, as cores e os aromas nos reponham na forma correcta de viver neste planeta que tanto nos aplicamos a destruir...
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O meu pai lá está, a melhorar. Custa muito vê-lo lá, mas esta dor é uma dor necessária, para que continue por muitos mais anos, espero, a chatear-me a cabeça! :-)
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Beijos e abraços a todos. Obrigado pelo apoio que tenho recebido, que sabe bem, e que é todinho canalizado no apoio que eu também lhe dou. Eu sou só a passagem, temporária, desse apoio, que recebo, potencio e entrego. Obrigado.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

estamos no bom caminho....
quanto ao post... estamos sempre a tempo de fazermos a diferença.
bjokas grandes

10:51 da tarde  
Blogger bisgóia said...

Fico muito contente que esteja a melhorar!
beijinhos

9:40 da manhã  
Blogger Rosa said...

Eu acho que é mais uma questão de tempo (de falta de tempo, entenda-se). Eu saio de casa já não há ninguém no prédio, entro em casa quando todos já estão sentados a ver a telenovela :)... Efectivamente, não conheço ninguém! Não os vejo, mesmo!

[As melhoras do teu pai!]

3:21 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu devo ser das poucas que digo Bom dia, Boa tarde, Boa Noite... a todos! Mas também vivo na Aldeia, apesar de quase todos os que lá vivem (incluindo eu) sermos citadinos... e estarmos ao lado da cidade. Ás vezes sinto as sobrencelhas levantarem-se e expressões do tipo... conheço esta de algum lado? Não interessa... algum dia daquela expressão hei-de ter um bom retorno... e vou sorrir...!

Beijos e Um BOM DIA A TODOS!

A.A.

10:26 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Eu vivo na aldeia, e sorrio todos os dias, digo bom dia, pergunto como está da doença X~... é agradável, mas por outro lado é mais fácil motivo de cusquisse... mas pronto, nao me imagino a nao falar com nenhum dos meus vizinhos!!....

adoro.t

7:24 da tarde  

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